Ed. Fisica

sábado, 20 de março de 2010


A IMPOTÂNCIA DA BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

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Nossa sociedade mudou, temos uma inversão de papeis e valores, mais informação do que podemos absorver, a mulher trabalha fora, o avanço tecnológico é grande, a família mudou, a criança mudou, o aluno e a escola também mudaram. As mudanças tecnológicas mudaram as formas de brincadeiras. As crianças deixaram de brincar na rua, jogar bola, pular amarelinha e passaram a jogar videogames e jogos de computador, ignorando o sol que brilha a convidar as brincadeiras na rua.

Este desenvolvimento, para Wallon, se dá através de uma interação entre ambientes físicos e sociais, sendo que os membros desta cultura, como pais, avós, educadores e outros, ajudam a proporcionar à criança participar de diferentes atividades, promovendo diversas ações, levando a criança a um saber construído pela cultura e modificando-se através de suas necessidades biológicas e psicosociais. Por isso, a importância da brincadeira, pois é a criação de uma nova relação entre situações do pensamento e situações reais. Brincar é coisa muito séria.
"A criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas".(Wallon p.210)

Piaget (1976) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma:
"O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil". (Piaget 1976, p.160).

quarta-feira, 10 de março de 2010


Dança

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O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Aprendizagem é um processo pelo qual a maioria dos animais adquire conhecimento sobre o mundo, e memória é a retenção ou armazenamento desse conhecimento (KANDEL, 2003).
Existem dois tipos de memória, a memória declarativa que constitui um sistema no qual a informação é processada mesmo após uma única experiência e estocada de forma acessível, para ser usada posteriormente, sendo relembrada de forma consciente de acordo com a demanda. E também possuímos a memória implícita que adquire habilidades motoras, por meio de rotinas cognitivas e exposição repetitiva a uma atividade especifica, com regras invariáveis. (KANDEL 2003).
O aprendizado motor faz parte da memória implícita, definido como um conjunto de processos não conscientes, associados com a prática e repetição de movimentos, que levam às mudanças permanentes nas respostas motoras. Isto é possível devido às modificações das redes neurais responsáveis pelas respostas motoras, possibilitando um desempenho mais eficaz da tarefa treinada (MOLINARI ET AL 1997; WILLINGHAM, 1998).
Segundo (VEREIJKEN, 1992) estas são as propostas que tentam explicar o domínio dos graus de liberdade nos estágios iniciais da aprendizagem.

SISTEMA DINÂMICO

Primeiro estágio
No primeiro estágio, o aluno mantém parte dos ângulos das articulações fixos, congelados durante a ação, com isso ele simplifica parcialmente o problema do movimento, executando-o com certa rigidez.
Segundo estágio
No segundo estágio, o aluno passa pelo processo de assimilação, proporcionando um maior grau de liberdade e as articulações que estavam congeladas se liberta e é incorporada em unidades maiores, chamadas de estruturas coordenativas.
Terceiro estágio
No terceiro estágio o aluno continua a liberar graus de liberdade, reorganizando e proporcionando uma melhor dinâmica da ação, ele irá passar por esse processo até que os todos os graus de liberdade necessários para a execução da tarefa estejam disponíveis.

FATORES DO MOVIMENTO

Todo movimento tem um propósito definido que deriva de um poder que nos habilita a escolher qual atitude interna iremos explicitar através do movimento. Vamos nos basear nos quatro fatores componentes do movimento: Força/peso, tempo, espaço e fluência (LABAN, 1978).

Fator força/peso: Este componente do movimento nos informa sobre o que se move a favor ou contra a força da gravidade. Um movimento forte é aquele que vai contra a gravidade denotando uma atitude ativa. No movimento forte há um esforço firme, uma resistência forte ao peso e uma sensação de movimento pesada. Quando cedemos e ficamos pesados, temos uma atitude passiva. Se o movimento é para cima com uma atitude ativa, este é um movimento com resistência fraca ao peso e de sensação leve, com isto, temos o “toque suave” ou leve. Se temos um movimento para cima com uma atitude passiva, este é leve. A atitude ativa sempre age em dupla com a passiva como uma recuperação de nossa força (CORDEIRO, 1997).

Fator tempo: Este componente do movimento define quando fazemos o movimento. Se agirmos durante um longo tempo, o movimento é lento. Se o tempo dura pouco, o movimento é rápido. O esforço “súbito” é aquele que possui uma velocidade rápida e uma sensação de movimento instantâneo. O esforço “sustentado”, por outro lado, possui uma velocidade lenta e uma sensação do movimento de longa duração (CORDEIRO, 1997).

Fator Espaço: Este componente do movimento nos informa sobre a trajetória da ação no ar, denotando graus de amplitude do movimento. No espaço pessoal (aquele que podemos alcançar sem sair do lugar) é possível verificar três níveis de movimento: o baixo (que vai do deitar até o engatinhar), o médio (que vai do engatinhar, sentar até o ficar de pé) e o alto (da ponta dos pés aos saltos em altura). Nossa atitude nos níveis do espaço pode ser direta (focada) ou flexível (multi-focada). No esforço direto a trajetória do movimento descreve uma linha reta no espaço, dando ao movimento a sensação de estreiteza. No esforço flexível a trajetória do movimento descreve uma linha ondulante, dando a sensação de que o movimento está em toda a parte (CORDEIRO, 1997).

Fator Fluência: Este componente nos dá a sensação do movimento e indica como vivenciamos as nossas experiências. A fluência pode ser livre (quando o movimento não pode parar, dando a sensação de fluidez), ou controlada (quando o movimento pode ser interrompido a qualquer momento, dando a sensação de movimento de pausa). A fluência é um fator não mensurável, o observador capta subjetivamente a sensação impressa no movimento (LABAN, 1978).